proptravessia
Proposta de Travessia Ferroviaria do Tejo
26 de Junho 2006
À especial atenção do Senhor Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, dos Presidentes das Câmaras de Lisboa, Barreiro, Montijo e Vila Franca de Xira e dos Grupos Parlamentares dos partidos com assento na Assembleia da República.
PROPOSTA PARA O ESTUDO DA TRAVESSIA FERROVIÁRIA DO TEJO
Enquanto não for decidido o modo de travessia do Tejo da futura linha do TGV para Badajoz o futuro ferroviário português na metade Sul do país é uma incógnita.
Esta indefinição está a causar graves inconvenientes locais, regionais e internacionais.
Num artigo recentemente publicado na revista INGENIUM da Ordem dos Engenheiros com um contributo para o estudo da nossa rede ferroviária, disse que a nossa urgente prioridade ferroviária era a da escolha entre as três hipóteses que designei com letras:
A- Travessia do Tejo acima de Vila Franca.
B- Travessia entre Alverca e Alhandra na direcção do Porto Alto.
C- Ponte para o Barreiro.
Num recente encontro promovida pela ADFER, o Eng. Arménio Matias propos uma 4ª hipótese:
C’- Estação terminal do TGV na linha da cintura, nas Olaias, e travessia do Tejo por ponte ou tunel na direcção do Montijo.
O estudo de todas estas hipóteses tem, obviamente, ser conjugado com a indicação precisa da estação terminal dos comboios TGV em Lisboa.
Trasta-se de um assunto em que os técnicos portugueses e as populações mais directamente interessadas têm muito a dizer. Não é facil fazer o estudo comparado de 4 hipóteses bastante diferentes. Não tenho qualquer indicação deste estudo ter começado. Não é, também, de modo nenhum, um assunto a ser estudado por técnicos distantes desconhecedores da nossa realidade e cuja competência não podemos controlar.
Nestas condições, nalguma medida inspirado pelas regras do actual Campeonato Mundial de Futebol, proponho:
1- Que a Câmara Municipal de Lisboa, em colaboração com as do Barreiro e Montijo, organize um debate (com encontros, na Internet e elaborando, eventualmente, um “livro branco”) em que sejam analisadas as vantagens e inconvenientes das soluções C e C’, com vista a procurar saber-se qual é a melhor. O Ministério das Obras Públicas, o LNEC, a REFER e a CP podem ser solicitados a fornecer as informações técnicas julgadas necessárias.
Os apoiantes declarados das duas propostas podem-se encarregar de fazer as apresentações iniciais, que outros técnicos e entidades poderão, depois, comentar e acrescentar. Penso que muitas pessoas das zonas interessadas poderão acompanhar este debate, apresentando contributos e opiniões a considerar.
Estou convicto que um debate deste tipo, desde que aberto e bem organizado, conseguirá muito provavelmente por em evidência dum modo convincente qual das duas soluções C ou C’ é a melhor.
2- Que, sob o patrocínio da Câmara de Vila Franca de Xira, seja organizado um debate
semelhante, acompanhado pelas populações interessadas e conhecedoras dos problemas, em que sejam analisadas as soluções A e B.
Se, porventura, alguma entidade ou grupo tiver uma proposta a fazer diferente das referidas, deve-lhe ser dada a oportunidade de a apresentar claramente ao país, submetendo-a igualmente à crítica pública.
Depois, naturalmente, terá de haver uma “final”, em que os orgãos com competência nacional, bem informados depois dos processos referidos, decidirão assumindo as suas responsabilidades diante de um país igualmente bem informado. Parecem-me ser esta, simultaneamente, a regra básica da funcionamento da Democracia e, também, o melhor modo de encontrarmos as convenientes soluções para os problemas do nosso país.
António Brotas
Professor Jubilado do Técnico
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Nota adicional sobre as soluções A e B.
A actual linha do Norte tem 4 vias até perto de Alverca mas depois tem só duas. A passagem do TGV em Alhandra e VilaFranca exige mais duas vias que não podendo ser à superfície terão de ser num tunel com cerca de 8 km. A travessia do Tejo da solução A depois de Vila Franca parece facil. Na outra margem os futuros TGV podem seguir sem dificuldade de maior para Badajoz, para o Porto seguindo pela margem esquerda do Tejo até perto da Chamusca, e para o Algarve. Na solução B, se uma pequena interferência do TGV com a área protegida do Tejo for considerada muito inconveniente, esta interferência pode ser evitada com uma passagem em viaduto diante de Alhandra que permite manter a vida ribeirinha desta vila.